quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Prezados,

Enfim, parece que conseguirei postar minhas buscas sobre o portal de periódicos da Capes.
A primeira é uma entrevista com o Diretor da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, na qual comenta sobre as novas possibilidades tecnológicas para o Portal de Periódicos. Embora tenha ocorrido em 28/01/2010, considero que a mesma não perdeu seu caráter informativo - como pode ser conferido abaixo.
ENTREVISTA
Rômulo Farias [romulo.farias@capes.gov.br]Fábio Pereira [fabio.pereira@capes.gov.br]Os textos científicos do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes) só chegam ao pesquisador brasileiro graças a um complexo sistema de troca e transmissão de informações. Se não houvesse uma infra-estrutura que permitisse conectar o banco de dados dos editores internacionais – dos quais a Capes assina periódicos e outros conteúdos – às instituições de ensino e pesquisa no Brasil, o Portal de Periódicos não seria mais do que um sonho bom e longínquo.Felizmente, essa infra-estrutura existe no Brasil, e funciona no caso do Portal de Periódicos devido à parceria entre a Capes e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que é a rede de internet da comunidade acadêmica brasileira. Criada em 1989 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o objetivo de construir essa conexão de internet entre as universidades brasileiras, a RNP integra hoje cerca de 600 instituições.A instituição começou a montar essa estrutura em 1991, e atualmente oferece suporte e aplicações avançadas, como a tecnologia do backbone, que permite operar a múltiplos gigabits por segundo. A nova versão do Portal de Periódicos, lançada em novembro de 2009, está hospedada no Internet Data Center (IDC) da RNP, um ambiente muito mais moderno e seguro, com conexão em alta velocidade, de até 10 Gigabit/seg.Graças a este e a outros recursos tornados possíveis pela parceria entre a Capes e a RNP que o Portal de Periódicos em breve poderá ser acessado pelos próprios pesquisadores a partir de qualquer computador, uma das ações do projeto da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). Para tanto, basta um login e senha fornecidos e controlados pela instituição a que o usuário estiver vinculado.Para nos contar um pouco mais sobre a instituição, bem como analisar os resultados da parceria com a Capes, Nelson Simões, diretor-geral da RNP, conversou com a equipe de comunicação do Portal por e-mail. Confira abaixo.De que modo o novo Portal de Periódicos, desenvolvido no âmbito do Projeto Capes-RNP, pode melhorar o acesso a textos científicos utilizados pela comunidade acadêmica brasileira?Nelson Simões: O acesso aos periódicos científicos, desenvolvido na última década pela Capes para as instituições de educação e pesquisa brasileiras, transformou-se em uma ferramenta poderosa e essencial de inclusão, capacitação e desenvolvimento científico e tecnológico. A decisão da agência em ampliar seu potencial e funcionalidade vai promover maior produtividade para pesquisadores e alunos. Suas novas facilidades de busca integrada, seleção de artigos, controle de navegação, histórico de buscas, entre outras, devem habilitar novas estratégias para seus usuários e, com isto, descortinar novas informações para enriquecer sua pesquisa. Da mesma forma, a própria Capes também poderá dispor de melhores informações sobre o uso de todos os periódicos científicos por nossa comunidade e, consequentemente, facilitar a gestão e o desenvolvimento futuro do portal.O que muda com o fato de o novo Portal estar agora hospedado no Internet Data Center (IDC) da RNP? Quais as vantagens em termos de segurança da informação e suporte ao usuário?NS: O Portal de Periódicos passou a contar com uma nova arquitetura que inicialmente trata as consultas de seus usuários em servidores capazes de implementar suas novas funcionalidades de forma eficiente e segura, como, por exemplo, a metabusca. Para aumentar sua confiabilidade, Capes e RNP optaram por mantê-los no centro de dados da RNP em Brasília. Neste local, o Novo Portal, hospedado no Ponto de Presença do Distrito Federal, dispõe de conexão de até 10 Gigabit/seg para outros estados e integra-se à rede metropolitana de alta velocidade em Brasília. Desta rede, participam a própria Capes e o MEC, além de várias outras organizações usuárias no Distrito Federal. Neste sítio, também o Portal se interliga diretamente a diversos outros backbones de internet comerciais (ex. Embratel, Oi, GVT, Net) e redes federais (ex. Datasus, Serpro), assegurando que consultas originadas em pontos externos aos campi também tenham acesso eficiente ao Portal. Complementam as ligações nacionais as conexões ao exterior, onde se localizam as bases de dados dos editores, com capacidades de 10 Gigabit/seg. A partir deste centro de dados, será possível gerenciar continuamente, todos os dias do ano, a disponibilidade do acesso aos periódicos, proporcionando uma operação mais segura e aumentando a eficiência para seus usuários.Como você avalia a importância da parceria entre a Capes e a RNP?NS: Para a RNP, é importante que o novo Portal seja amplamente utilizado pelas nossas organizações usuárias. Hoje existem cerca de 600 organizações interligadas à rede em todo o país – todas as universidades federais, institutos federais, as unidades de pesquisa do MCT, os centros de pesquisa da Embrapa e Fiocruz, os hospitais de ensino, laboratórios e, mais recentemente, museus, entre outros. O trabalho conjunto com a Capes nos permite ampliar o uso de aplicações inovadoras para o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. Uma biblioteca digital de periódicos científicos é também uma oportunidade para pensarmos em conjunto a integração futura de ambientes de aprendizagem à distância. Vemos também que outras parcerias entre RNP e Capes, como a implantação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), nos conduzirá a novas oportunidades de cooperação pela crescente demanda de aplicações de tecnologia de informação e comunicação.Você poderia fazer um histórico dessa parceria?NS: Na verdade, a criação do Programa Interministerial MCT/MEC em 1999, responsável pelo financiamento da RNP, tem relação direta com a criação do Portal de Periódicos. A proposta de um novo programa que permitisse à rede acadêmica brasileira, até aquele momento um projeto do CNPq, assegurar alto desempenho e qualidade para comunicação em âmbito nacional e internacional, inovação tecnológica e capacitação de recursos humanos em tecnologias de informação era essencial para o sucesso do projeto de uma biblioteca digital de periódicos científicos. Da mesma forma que o estabelecimento do Portal se constituiu em um grande desafio para a Capes, os desafios também foram enormes para a RNP, pois não tínhamos todas as instituições conectadas à rede. Um sistema consolidado como hoje nasceu de um esforço contínuo de ampliação das capacidades da rede e de seus serviços. Principalmente através da inovação, conseguimos chegar a esta rede de alto desempenho e a um conjunto rico de aplicações. O sistema de periódicos e a rede brasileira de pesquisa são um dos melhores casos que conheço de sistema integrado para comunicação, colaboração e geração de conhecimento. A RNP nasceu no final dos anos 80 para construir uma conexão Internet entre as universidades brasileiras. Neste caminho, a parceria com a Capes seguiu ampliando-se em direção a novas gerações de aplicações. Recentemente, temos concentrado esforços na colaboração para a utilização de educação a distância para as universidades e pólos da UAB, com o apoio da Secretaria de Educação a Distância do MEC. O uso de vídeo digital com qualidade, em tempo real ou sob demanda, deverá apoiar muito a formação de novos professores. Como vai funcionar o projeto da Comunidade Acadêmica Federada [projeto que reúne instituições de ensino e pesquisa brasileiras em uma rede de confiança, na qual cada instituição é responsável por autenticar e prover informações de seus usuários]?NS: Nos grupos de trabalho de inovação da RNP, foram propostas e desenvolvidas soluções que facilitam a gestão de identidade na rede. A ideia de uma comunidade acadêmica que possua mecanismos confiáveis para identificar e autorizar o acesso aos seus recursos é o que já estamos experimentando entre um grupo de 15 universidades e centros de pesquisa. Trata-se de conformar uma federação de instituições que adotem práticas compartilhadas para identificar suas pessoas e sistemas de forma autônoma, mas coordenada. Com isto, será possível simplificar o acesso aos recursos disponibilizados na rede e aumentar sua segurança, garantindo autorização e autenticação de cada usuário. Por exemplo, uma identidade gerada por uma universidade integrante da CAFe para seu pesquisador ou aluno será reconhecida por outra instituição federada. Com isto, aumentaremos as possibilidades de integração com grande aumento de eficiência na gestão de diversos níveis de segurança.Na sua avaliação, quais serão os impactos do CAFe para o acesso ao Portal de Periódicos?NS: Assim como outras agências federais e estaduais, a Capes é, naturalmente, uma grande provedora de serviços para a federação acadêmica. Estas instituições provêem distintos serviços baseados em políticas e regras diferenciadas para seus usuários. O reconhecimento, entre instituições e agências na federação, de seus mecanismos de identificação e autorização fortalecerá a utilização dos serviços prestados pela sua grande simplificação. No caso da Capes, será possível, por exemplo, garantir acesso ao Portal, independente de localização (no campus ou fora dele) ou plataforma (computador, terminal móvel, leitor de livros, etc), baseado nas credenciais geradas, pela instituição qualificada, para seu pesquisador, professor ou aluno. Qual o papel da RNP na promoção do ensino superior e da pesquisa no país?NS: Somos uma organização orientada para viabilizar o uso inovador de aplicações de redes, principalmente para que a educação, a pesquisa e a cultura no Brasil sejam sempre beneficiadas, de forma antecipada, pelos importantes avanços que as tecnologias de informação e comunicação produzem. Especialmente no nosso país, será extremamente importante aproveitar este conhecimento para estudar e criar soluções adequadas à nossa realidade, formar massa crítica em todo o sistema para amplificar seu uso autônomo e, principalmente, apoiar a superação dos grandes desafios nacionais.Nelson Simões é Engenheiro de Computação formado pela PUC-Rio e diretor-geral da Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP-OS). Como diretor-geral, é responsável pela infraestrutura nacional de alto desempenho para comunicação e colaboração que engloba cerca de 600 das principais organizações brasileiras de ensino superior, pesquisa e inovação. Ele também é membro do Diretório da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (CLARA), organização internacional responsável pela rede regional de pesquisa latino-americana.
Rômulo Teixeira Farias
Fonte: http://novo.periodicos.capes.gov.br
Elione

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